sexta-feira, 17 de junho de 2011

LEISHMANIOSE

LEISHMANIOSE

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas. É primariamente uma infecção zoonótica que afeta outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente.

O que é?
É uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca úlceras na pele e mucosas. É transmitida ao homem pela picada das fêmeas de flebotomíneos infectadas.

Qual o microrganismo envolvido?
É causada por protozoários do gênero Leishmania. Há, no Brasil, sete espécies de leishmanias envolvidas na ocorrência de casos de LTA, sendo as mais importantes: Leishmania (Leishmania) amazonensis, L. (Viannia) guyanensis e L.(V.) braziliensis.

Quais os sintomas?

As lesões podem ocorrer na pele e/ou mucosas. As lesões de pele podem ser única, múltiplas, disseminada ou difusa. Apresentam aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor. As lesões mucosas são mais freqüentes no nariz, boca e garganta. Quando atingem o nariz podem ocorrer entupimentos, sangramentos, coriza e aparecimento de crostas e feridas. Na garganta, dor ao engolir, rouquidão e tosse.

Como se transmite?

A transmissão ocorre pela picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas.

Como tratar?

O SUS oferece tratamento específico e gratuito para a doença. O tratamento é feito com uso de medicamentos específicos a base de antimônio, repouso e uma boa alimentação. A droga de primeira escolha para tratamento de casos de LTA é o antimoniato de N-metil glucamina (Glucantime®). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a dose do Glucantime® deve ser calculada em mg/Sb+5/Kg/dia, Sb+5, significando antimônio pentavalente. Para as lesões cutâneas, o esquema de tratamento é de 15 mg/Sb+5/Kg/dia por um período de 20 dias e para cutânea difusa o tratamento é de 20 mg/Sb+5/Kg/dia por um período de 20 dias.
Para as lesões mucosas, é recomendada a dose de 20 mg/Sb+5/Kg/dia por um período de 30 dias. Outras opções terapêuticas disponíveis nos serviços de saúde são: isotionato de pentamidina e anfotericina B.

Como se prevenir?
O Ministério da Saúde recomenda ações dirigidas à:
- População humana: medidas de proteção individual, tais como usar repelentes e evitar a exposição nos horários de atividades do vetor (crepúsculo e noite) em ambientes onde este habitualmente possa ser encontrado; 

- vetor: manejo ambiental, através da limpeza de quintais e terrenos, a fim de alterar as condições do meio, que propiciem o estabelecimento de criadouros para formas imaturas do vetor;

- atividades de educação em saúde: devem ser inseridas em todos os serviços que desenvolvam as ações de vigilância e controle da LTA, requerendo o envolvimento efetivo das equipes multiprofissionais e multiinstitucionais com vistas ao trabalho articulado nas diferentes unidades de prestação de serviços.

clicar na imagem para ampliar


O FENÔMENO DA URBANIZAÇÃO DA LEISHMANIOSE VISCERAL
A Leishmaniose visceral (LV), também conhecida como calazar e febre negra, é a forma mais severa de leishmaniose. É o segundo maior assassino parasitário no mundo, depois da malária, responsável de uma estimativa de 60 000 que morrem da doença cada ano entre milhões de infecções mundiais. O parasita migra para os órgãos viscerais como fígado, baço e medula óssea e, se deixado sem tratamento, quase sempre resultará na morte do anfitrião mamífero. Sinais e sintomas incluem febre, perda de peso, anemia e inchaço significativo do fígado e baço. De preocupação particular, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o problema emergente da co-infecção HIV/LV.

O processo de urbanização da leishmaniose visceral no Brasil foi tema de uma das mesas-redondas mais concorridas do MedTrop 2011. Com o auditório praticamente lotado, foram discutidos os fatores que fazem com que a leishmaniose visceral (LV) seja uma das doenças sobre a qual mais pesquisadores vêm se debruçando.

Michella Paula Cechinell, técnica da SVS/MS, fez uma ampla retrospectiva da doença no mundo na apresentação ‘Urbanização da leishmaniose visceral em áreas urbanas no Brasil’. Ela chamou a atenção para a necessidade de ações de combate ao vetor da doença, o flebotomíneo, também conhecido como mosquito-palha.

A leishmaniose é uma doença grave e que, quando não tratada em tempo hábil, pode levar ao óbito cerca de 90% dos infectados. No mundo ocorrem, segundo a técnica, cerca de 50 mil mortes por ano causadas pela LV, presente em 76 países.

Para a pesquisadora, 70% dos casos da doença ocorrem em população urbana. Com o êxodo das áreas rurais, explica Michella, em busca de oportunidades nos grandes centros urbanos, as pessoas tendem a reproduzir o ambiente rural em pequenas ilhas verdes, o que facilita a proliferação, dada a proximidade e a alta concentração de fatores propícios ao desenvolvimento de vetores e hospedeiros, com ênfase na criação de cães e galinhas nos quintais das casas.

A co-infecção entre leishmaniose visceral e HIV também foi abordada. Esta co-infecção é uma das maiores preocupações atuais de epidemiologistas e profissionais de saúde que atendem pacientes portadores de HIV, tendo em vista a dificuldade de tratamento destes casos. 

No Brasil, são registrados cerca de 4.500 novos casos por ano.  Cerca de 5% dos portadores de LV apresentam HIV. No caso do HIV, além da urbanização da leishmaniose, contribuiu também um processo inverso: a interiorização do HIV. Segundo Michella, o processo de urbanização da LV se deu de forma gradativa e ficou evidente com a ocorrência de surtos em grandes centros urbanos.


Leishmaniose Visceral Canina
A leishmaniose visceral é uma doença grave de curso lento, de difícil diagnóstico e de fácil transmissão, tanto para os cães quanto para os humanos. É causada pelo protozoário Leishmania, transmitido pela picada de flebótomos (insetos)infectados. O cão é considerado o principal reservatório da doença no meio urbano, mas não o único, já que animais silvestres e mesmo o homem podem atuar como reservatórios.



Leishmaniose cutânea
Leishmaniose cutânea é a forma mais comum de leishmaniose. É uma infecção de pele causada por um parasita unicelular pelo que é transmitida pelas picadas da mosca de areia. Há aproximadamente 20 espécies de Leishmania que podem causar leishmanioses cutâneas.



Leishmaniose mucocutânea                                                                                    Leishmaniose mucocutânea é a mais temida forma de leishmaniose cutânea porque produz o lesões destrutivas, assim desfigurando a face. É causada freqüentemente por Leishmania (Viannia) braziliensis, mas são descritos raramente casos provocados por L. aethiopica.


O tratamento para a leishmaniose mucocutânea é a combinação de pentoxifilina e um antimônio pentavalente em dosagens altas durante 30 dias: isto alcança taxas de cura de 90%. Tratamento só com antimônio pentavalente não cura 42% dos pacientes, até mesmo naqueles que alcançam uma cura aparente, 19% recairá.

0 comentários:

Postar um comentário